A Era da Banalização

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Por Rodrigo Anselmo

Sem dúvida alguma estes são tempos de pura banalidade. Em uma rápida passada nos noticiários, sejam quais forem os meios, televisivos, internet ou rádio, ficamos pasmos (outros nem tanto) com a quantidade de barbáries que nos rodeiam. Uma simples busca no dicionário do verbo banalizar, temos:

Tornar (-se) banal, comum; vulgarizar (-se), trivializar (-se). Hoje em dia se banaliza quase que tudo. Vemos um vetor de comunicação tão importante como a mídia, veiculando sem nenhum tipo de moral em relação a censura, propagandas com teor insinuante de traição, de promiscuidade, de precocidade e sensualidade exacerbada, de distorção de valores familiares… e não somente nesse segmento do marketing, vemos isso em programas como Big Brother Brasil e A fazenda, vemos novelas que retratam situações das mais desgraçadas possíveis e até programas de auditório onde me parece que vale tudo pela audiência. Se banaliza , relativizando todo tipo de conteúdo e estranhamente ou não, algumas vezes, os mesmos veículos querem encabeçar campanhas pró crianças ou contra algum tipo de preconceito. É inusitado mas muito recorrente em nossos dias. Triste mas real, então o que fazer, não é mesmo? Como eu e você devemos reagir aos inúmeros casos de impressionante violência, por exemplo? 

Recentemente vi um vídeo onde um suposto policial civil, ao sair do plantão em Recife – PE, foi até a casa da ex-esposa e executou o pai e ela ao mesmo tempo, com uma série de tiros a queima roupa e a sangue frio – lembremos que estes crimes, denominados passionais, têm assustadoramente crescido em nosso país e também no mundo. Não sei se você tem pensado nisso, mas pergunto como o Evangelho poderia (ou deveria) dar uma resposta a um caso como este? Você consegue vislumbrar alguma saída? Coisas me vêm a mente , e compartilho com vocês:

1. O Evangelho é a mais pura apresentação de um Deus que manda seu filho por amor, se entregar a um mundo caído e pecador. Portanto, alguém que teme este Deus e seu evangelho, não se faz de juiz e ceifador de vidas, mas busca desde sempre honrar a vida pela permissão da graça de Deus e não se tornar um assassino (vale lembrar a título de informação que um dos mandamentos mais antigos é o Não Matarás).

2. A distorção do que supostamente o assassino chama de Amor, o fez cometer este brutal crime por que “como amava a moça e ela não me quis, ninguém mais vai amá-la”. Mas o amor bíblico faz com que nós, homens, cuidemos de nossas esposas: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,(…)” (Efésios 5:25,26). Devemos ser mais homens e menos meninos birrentos.

3. Um último aspecto neste ponto: ainda que ele, o agressor, tenha sofrido algum tipo de traição ou desonestidade (não tive detalhe se era o caso), o Perdão deve ser algo natural na vida do ser humano alcançado pelas Escrituras ou não, pois não há um bom sequer e que busque o bem. Ainda que não possamos e de fato não devemos banalizar o adultério (repito, caso tenha sido), perdoar seria o que Cristo faria, e, portanto deve ser uma de nossas marcas. Já imaginou se a sociedade perdoasse mais?

Talvez algumas destas razões não nos venham a mente em situações cotidianas, mas esta ausência do pensamento Cristão constante é sim, meu irmão, fruto também da nossa banalização e, por mais triste que possa ser, evolui até uma cauterização, onde não mais nos importamos com o que as pessoas estão fazendo, com a crescente quantidade de mortos em nosso país, estado, cidade, bairro e etc, pela perda da nova geração, pela total falta de honestidade política e crescente crise de corrupção que vivemos em nosso país. Não nos importamos mais a ponto de em uma massificação e mobilização em ajudar o próximo – sejam refugiados, ou a cidade mineira de Mariana com a tragédia natural, ou com a barbárie da França, – alguns ainda se preocupam com cores em perfil de facebook. Impressionante não? Enfim, são situações em que, quanto mais longe estão de nós, mais denunciam nossa indiferença e implosão de um potencial incrível do que Deus pode fazer por nós e através de nós com a graça e poder de Cristo Jesus, que venceu a morte pra nos dar vida, e vida em abundância.

Para finalizar, deixo uma frase de uma música da banda de rock Fruto Sagrado, para meditação:

“O que na verdade somos?
O que você vê quando me vê?
Se o mundo ainda é mal
o culpado está diante do espelho”

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